quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Big Banana Country

"Não haverá um centavo de corte em nenhum programa social que está em andamento. Se tiver crise mais forte, a gente pode até não aumentar o beneficio [do Bolsa Família], mas pode ter certeza que não haverá crise no mundo que me obrigará a tirar dinheiro dos pobres."

Declaração de Luiz Inácio Lula da Silva, durante a entrega do Prêmio Práticas Inovadoras de Gestão.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Orquestra Tabajara

Caros Sarra e Maurílio.

Como vocês devem ter acompanhado por anos e anos a fio a festiva, porém seriíssima, Orquestra Tabajara, e tendo dançado muito em "bailinhos" de colégio ao sabor dos acordes precisos da turma de Severino Araújo, vos faço um convite, e, claro, estendo aos demais leitores desse blog:

Show da Orquestra Tabajara, no Sesc Pompéia, nos dias 17 e 18 de dezembro, às 21h.

God Bless America

Todos esperavam isso dele, e confirmando a minha tese do malandro norte-americano, do afrodescendente manemolente com pinta de malaco, que guarda um parentesco irresistível com nosso Wilson Simonal, o rei da "pilantragem" brasileira, nos idos anos 60, Obama Himself já começou a mapear delicadamente os principais cargos de sua futura passagem pela Casa Branca (que começou com a escolha do nome do animal de estimação da família, uma lhama peruana). Nomeou grandes nomes da política e da economia norte-americana contemporânea (grande parte, inclusive, fizera parte da equipe de Clinton, 10 anos atrás).

Que não lhe neguem a esperteza e a grandeza espiritual, afinal, o bufão bronzeado (definição acertada de Berlusca, o italiano galhofeiro, que nas horas vagas faz as vezes de poeta) não está muito afim de trabalhar e, para tanto, "se cerca" de nomes que podem, de alguma maneira, lhe resolver a vida.

Ademais, eu não faria diferente, já que sofro do mesmo tipo de alheamento que acomete Obama.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Cotas Raciais, Pobrismo e Expiações

"O Dia da Consciência Negra contribuiu para que eu tivesse a iniciativa de colocar essa matéria em pauta."
Arlindo Chinaglia, presidente da Câmara, (PT-SP)

Sim, estamos em plena emenda de feriado e estou aqui, ao lado de vocês, atormentando e tentando transformar vosso feriado em um verdadeiro inferno. A notícia, como lêem no título, é bastante indigesta. Será que estou ficando louco ou de fato foi aprovada, na Câmara dos Deputados, na calada da noite do dia da "Consciência Negra", a lei que destina 50% das vagas em universidades e escolas técnicas para estudantes oriundos de escolas públicas e para aqueles que se declararem negros, pardos ou índios?

Poucos atinaram para o absurdo, mas basta ler os parágrafos da lei para ter uma idéia assombrosa de um futuro para o Grande Bananão. Não vivemos um presente lá muito alentador, mas, percebam que as coisas vão piorar. E muito.

Entendo perfeitamente que a saída mais fácil, no caso de escolas públicas ineficientes, como acontece atualmente, seja simplesmente disponibilizar mais vagas aos estudantes dessas instituições reconhecidamente ruins. Eu mesmo, se fosse político, votaria a favor da lei. De quebra, conseguiria mais 4 anos para mamar à vontade às custas do contribuinte.

Sabemos, brincadeiras à parte, que as coisas não podem tomar esse rumo. Primeiro, por tratar-se de uma medida puramente populista. Segundo, porque não é preciso ter Q.I. de três dígitos, como é o meu caso, para compreender que haverá uma sensível piora no ensino das universidades públicas.

Os hipócritas de plantão logo levantam a voz para citar a importância da inclusão dos pobres e excluídos na universidade. O pior é que utilizam como argumentação a velha máxima da "reparação histórica". Quando ouço essa expressão, confesso: sinto uma comichão. Como se, para corrigir um erro do passado, precisássemos destruir o que fora construído com tamanho esforço ao longo do tempo.

Reparem o quão fundo o país chega ao longo dos anos cujo mandatário é Lula. Transformamos, por pura omissão, o Grande Bananão no maior bolsão de miséria abaixo da linha do Equador.

Que essa lei insana não seja aprovada, de forma alguma, pelos digníssimos senadores da república, já que o início da vigência depende da aprovação da lei no senado federal.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Educação: O que nossas crianças aprendem (1)

"Capitalismo: é um regime econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção e distribuição, na livre concorrência entre as empresas, na procura do lucro pelo empresário (...) e na exploração dos trabalhadores pelos capitalistas"

(História e Vida, Vol. 2, Pág. 230, Editora Ática)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Moonglow (Artie Shaw & His Orchestra)

Essa é minha singela homenagem aos amigos Sarra e Maurício, companheiros de blog. Como sei que ambos são amantes inveterados, assim como eu, do puro creme do jazz (lê-se jáisss, caros leitores ainda não iniciados nesse gênero), disponibilizo, abaixo, uma belíssima canção da Orquestra de Artie Shaw. Em nome da doçura que a vida proporciona: Moonglow.

O homem lúcido contra a amargura

Politicamente Incorreto

Meu melhor amigo da infância foi o Juju. Na realidade, seu nome era Luis Fernando. Juju foi um apelido carinhoso e terno que as crianças do bairro deram para ele. Juju, no caso, o personagem, era um desenho que fazia parte de um determinado vídeo game, que não me recordo qual era. Juju era um macaquinho simpático, "supimpa" e brincalhão. Luis, mesmo com esse apelido teoricamente desabonador, sempre levou muito bem essa brincadeira. Aliás, em alguns momentos, até mesmo imitava sons de macado e chacoalhava os braços para frente e para trás, obviamente entrando no jogo de uma forma saudável.

Além dele, eu era amigo do Nariga. O nome real do Nariga era Marcel Magalhães. Marcel era um cara fabuloso, gente finíssima, família muito bem constituída. Pessoas distintíssimas, incluindo o próprio. Sabiam de seu apelido, e brincavam junto ao seu aparente defeito. Não faltavam comentários sobre falta de ar no ambiente etc.

Nessa turma, ainda constava o caveira, o cabeção, o gordão, o orelhudo, o cegueta, o dente de coelho e mais alguns que não consigo me recordar ao certo. Fico pensando como seria a minha infância hoje, com todas essas historietas sobre como tratar o próximo, sempre de uma forma respeitosa, sem lhes atribuir apelidos, tal qual fazíamos à época.

Uma característica fundamental da criança, fato perceptível, é a criatividade. Creio, do fundo da alma, que a característica que mais nos encanta em uma criança é o fato dela não ter nenhum tipo de parâmetro em relação as coisas. A medida que falam, gritam, verbalizam, são doutrinadas imediatamente por pais, mestres, professores, educadores, motoristas de perua escolar, e toda sorte de seres muito bem intencionados.

O que temos, então? Uma doença crônica que atende pelo nome de politicamente correto. Não se pode mais apelidar ninguém de preto, quatro-olhos, ou seja lá o que for. Até cego possui uma alcunha mais carinhosa: deficiente visual. Os anões conquistaram no tapetão o direito de serem chamados de verticalmente prejudicados. E por aí segue.

Até que ponto esse tipo de limitação à criatividade é saudável para a sociedade, se apenas estimula preconceitos velados? Aqui pode haver uma carga enorme de projeção, mas, se querem saber, foda-se. Se todos fôssemos livres, leves e soltos, conviveríamos muito bem com os nossos defeitos e com os defeitos alheios.

Sempre que penso no assunto, me recordo daquele conto antigo do "rei nu", em que todos os adultos admiravam a "nova roupa" de sua majestade, que, no entanto, não possuía nada a lhe cobrir as vergonhas. Todos sabiam, no entanto, que o rei estava nu, mas ninguém ousou comentar o fato com os demais convivas do recinto. Foi necessário que uma criança gritasse "O REI ESTÁ NU!", para que todos iniciassem o burburinho e os comentários.

O exercício da inteligência passa, obrigatoriamente, pelo desenvolvimento do raciocínio, da lógica, da visão crítica, do sarcasmo, da ironia, do politicamente incorreto e do humor negro. Não deve haver amarras no desenvolvimento individual de cada ser, mesmo porque, quando somos confrontados com nossos medos, anseios e ansiedades, crescemos, não em um estalo, mas através de pequenas distensões diárias. Nos tornamos diferentes, críticos, argumentadores e persuasivos em um grau elevadíssimo.

A maior censura que existe, e, acho, a pior também, é a auto-censura, nascida do tolhimento constante daqueles que não possuem nenhum tipo de impulso criativo.

Com isso tudo, vos pergunto: Até quando vamos limitar o crescimento dos nossos pares?

Que bons ventos me levem...


Pra quem entende meia palavra basta. 
Imagem vetada por pedido deferido representado pelo Presidente dos Meninos Onanistas de Marília, Sr. Maurílio Quiromania.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Sentido da vida

Fiquei ensaiando de que forma escreveria isso por aqui, mas infelizmente não me bateu nenhum tipo de inspiração divina. Talvez seja o horário, pois não me acostumo a escrever coisas belas a essa hora. Me bastou a transpiração e centenas de backspace pra lá e pra cá.

Hoje tive duas demonstrações distintas sobre o sentido da vida. De tarde, com toda a infelicidade em meu peito, fui visitar o velório do pai de uma querida amiga. Senti angústia, senti tristeza. A chuva caía forte e tudo transcorreu da forma como deveria, seguindo o script cartesiano da vida. Aliás, se eu algum dia pensei que a morte poderia ser negociada, como em Sétimo Selo, alguns funerais me provaram o contrário. E de uma forma amarga.

No entanto, agora há pouco, fui ao Hospital ver o nascimento do filho de um querido casal de amigos. O delicioso sentimento do nascimento, da chegada. Pai, mãe, avós paternos e maternos. Uma sensação indescritível.

Como explicar o que se passa em nossa mente depois de viver dois lados opostos da vida em menos de 6 horas? De um lado a tristeza e a dor da perda. Do outro o êxtase pela chegada de uma nova vida.

Penso que, por mais que vivamos anos e mais anos, as experiências nunca serão suficientes para descrever tudo que a vida pode nos reservar, de bom ou de ruim.

Cão o melhor amigo do homem.


O cão é o melhor amigo do homem, por que não sabe o que é dinheiro.

Felicidade foi-se embora e a....

Outro dia liguei pra minha filha de 10 anos, diante de um "alô!!!!" que transbordava felicidade suficiente para sanar todos os males que o homem é capaz de criar, perguntei de chofre: Nossa o que aconteceu pra srta estar tão feliz? A garotinha responde direto da sua grande sabedoria que somente as crianças possuem: Nada, só estou feliz não precisa acontecer nada pra ficar feliz.
Pois é, sábias palavras essas, alguma merda acontece pra que só diante de fatos possamos nos dar o direito de ficarmos felizes, ganhar na mega, conseguir comer aquela bunda, comer de novo a mesma bunda, contar pra todos os caras que comeu aquela bunda, ter um priapismo, comprar ações de alguém que se fudeu na bolsa, comprar aquele DVD pro carro, roubar algo do supermercado, piratear um programa, torcer pra que o coletor de lixo não leve a embalagem da tv de plasma que você comprou antes que o vizinho possa vê-la, acreditar quando ela diz " só faço isso com você". E minha filha irá crescer como todos nós crescemos.

domingo, 16 de novembro de 2008

Obama e a imprensa

Incrível, mas Obama se tornou a minha obsessão. Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo são obcecados por Lula, o Apedeuta, enquanto eu sou obcecado pelo Obama, o bronzeado*. Na realidade, enquanto o mundo comenta e o trata como super-herói, prefiro enxergá-lo como uma farsa. Uma enorme farsa. Se o mundo inteiro sorri e chora de esperança com sua chegada ao poder, imaginando tudo o quanto será capaz de fazer à frente do governo estadunidense, me coloco em postura defensiva, entendendo que Obama é um ser humano como qualquer outro, e conseguirá resolver os problemas americanos, e do mundo, da mesma forma como Lula conseguiu transformar o Brasil em uma super potência.

É o mesmo tipo de esperança ignorante, desmiolada e subnutrida que alguns nutriram em 2002, aqui no Bananão, com a chegada da classe operária ao poder, representada por seu membro mais maroto: Luis Inácio Lula da Silva. Muitos imaginaram uma série de mudanças (me excluam desse grupo, claro, pois sou um pequeno burguês), e, no entanto, 6 anos depois, o que se vê é estagnação completa e irrestrita. O que evoluiu, a bem dizer, foram os bolsismos aqui e acolá, desvirtuados completamente das idéias originais provenientes do projeto Renda de Cidadania (criado brilhantemente por Suplicy em seus estudos de doutorado).

O Brasil não interessa nesse post específico. O que quero é elencar, em poucas linhas, e poucas palavras, alguns dados omitidos pela imprensa americana durante a cobertura das eleições desse ano:

• O fato de Obama ter utilizado financiamento privado de campanha, e não público, como alegou que usaria durante as prévias do partido democrata;

• De onde surgiram os 600 milhões de dólares que financiaram a campanha de Obama;

• O fato de Obama ter se envolvido com drogas pesadas na adolescência e início da vida adulta. O povo americano médio deveria ter sido informado;

• Os negócios escusos de Obama junto a Anthony Rezko, o homem que construiu sua imagem e que, durante a campanha, foi condenado criminalmente. Nesse ponto, as negociatas de ambos lembram bastante as relações de Lula com seu compadre Roberto Teixeira, aquele que lhe forneceu casa, comida e roupa lavada por 10 anos;

• Obama é corno, e, o pior, é que é assumido.

Logo, logo, nosso mundo acordará dessa histeria coletiva, e eu estarei por perto para lembrá-los, australianos, franceses, italianos, americanos, brasileiros e guatemaltecos, em tom professoral: "Eu já sabia, meus caros, eu já sabia!"

Licença Poética

"Pisando em ovos": Na idade média, as esposas costumavam, após o coito, pisar nos testículos dos maridos, de forma a massageá-los, lentamente, em sentido anti-horário (não me perguntem o porquê desse ritual). O intuito era, obviamente, estimulá-los a uma nova relação sexual. A expressão "pisando em ovos" surgiu justamente da necessidade que os sacristãos heterodoxos do leste europeu tinham para classificar um ato recorrente, narrado a plenos pulmões por esposas e amantes à beira do confessionário.

sábado, 15 de novembro de 2008

Concreto sim.


Hotel Unique em São Paulo. Arquitetura da surpresa. A chanfradura das grandes empenas de concreto aparente, percebidas como tênues "folhas" sustentando o imenso arco invertido, leve. A base do arco revestida de madeira, onde a sombra se projeta traçando o triângulo curvilíneo que se multiplica. A superfície de cobre patinado verde furta-cor ao redor das esquadrias circulares, num continuum de texturas cambiantes. A caixilharia de vidro cinza criando o diálogo com o jardim de pedras, árido e surpreendente. As imperfeições do concreto aparente dando a marca artesanal, única. Abrigo para o olhar.
Projeto: Ruy Ohtake foto: sem crédito no site arcoweb.com.br

Concreto não.

Exposição de 100 anos da utilização do concreto armado no Brasil, inventada pelo fotógrafo ítalo-brasileiro (não me peçam maiores explicações) Lamberto Scipioni no MASP. Pode parecer bobagem, mas este material, a porra do concreto, determinou a estética modernista na arquitetura brasileira. Sem essa gosma, feita de massa forte de cimento e pedra, o graande venerável Oscar Niemeyer não teria conseguido projetar nem as paredes do puxadinho da sua casa. O Oscar é a gênese da arquitetura brasileira modernista relevante. Dele saíram todas as vastas, duvidosas, competentes e inatacáveis obras de seus discípulos, como Ruy Ohtake e quejandos. O concreto, como legisla essa turma, era o único material da época capaz de conferir linhas curvas aos projetos ousados, estética e funcionalmente "imprescindíveis", feitos por estes beneméritos da exportável arquitetura modernista tupiniquim. Brasília seria um sonho frustrado sem esse material. Pode parecer um pretexto, mas realmente "aquela curva aberta, aquela coisa certa", como disse o dançado Caetano Veloso, seriam impossíveis sem o concreto armado. Ocorre que, por trás dessa desculpa, existiam, claaaro, interesses comerciais e pessoais. Esses caras tinham uma ilusão concreta (tá bom, trocadilho) que o concreto era um material mais perene (se é que é possível medir a perenidade) que os outros, obsoletos e, portanto, desprezíveis. Alvenaria, por exemplo, era coisa de engenheiros toscos, fora de seu momento histórico. Essas obras, de imensa importância para o terceiro mundo, teriam que ser feitas de algo mais concreto (porra, não consigo!) que o velho tijolo "de antigamente". Os interesses comerciais, estes, nem precisam ser comentados.
Concreto armado é um material caríssimo, inventado, originalmente, para segurar estruturas, lages, por exemplo. No Brasil, país do futuro, fonte de riquezas ocultas que um dia a fortuna haverá de contemplar, podemos nos dar ao luxo de fazer prédios inteiros deste material, que tudo bem. Defronte a eles, os pobres pedem. Pedem por algo mais concreto.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Dizer o que dá na idéia é fácil, difícil é dar a cara pra bater. Portanto "hey hey estamos aí" (detesto essa), eu (Sarra) sou o com cara de besta à esquerda. O Cabra ao centro irá com certeza reclamar da exposição de sua imagem sem consentimento, mas este é um freeblog; se bem que podemos acertar o preço para a retirada da foto. O Ric...bem ele faz o estilo Carmen Miranda, ta aí...Ric Miranda. 
Num cutuca hein...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Série Perfis - Eu trabalho com o Ric Maromba

Caros amigos, não é esculhambação pura de minha parte. Poderia até ser, mas o apelido que vai acima, no título, Ric Maromba, é de um "colega" de trabalho. Muitos podem se questionar qual mal teria uma pessoa com tal alcunha. Vos digo: Nenhum mal, exceto pelos expedientes do dito cujo.

Como perceberão à medida que os posts se aprofundarem, me considero um antropólogo urbano, um estudioso da natureza humana em suas especificidades. Sou um voyeur, mas não no sentido sexual, apesar de não negar a via sexual se questionado. Gosto de observar a selva e os macacos que me cercam. Se precisasse preencher alguma ficha com meus gostos pessoais, hobbies e afins, escreveria, sem dúvida alguma, que meu esporte preferido é "observar". O Brasil, como devem perceber, é terreno fértil para a proliferação de seres que bem poderiam comer grama e andar de quatro pelos pastos. Mundo bovino o nosso.

O tal Ric Maromba é um analista de sistemas do meu trabalho. Sua função prática, e não no papel ou no RH, é de "peidar". Isso mesmo, meus caros. De 5 em 5 minutos, aproximadamente, ele "peida". Como num moto-contínuo, Ric peida e todos levantam de seus lugares para não precisarem sentir os odores do seu corpo. Ric adora academias, bombas, fio terra, companhias masculinas e revistas sobre halterofilismo, além de sexo sem proteção com anãs que, segundo Ric, transam melhor e são mais fáceis de manipular (no sentido físico da coisa). Ric é o retrato do mundo atual, de preocupação exacerbada com a estética física. Eu chamo de "o mundo dos cuca-lelé".

Muitos acham graça na burrice e truculência de Ric Maromba. Acham divertido o seu modo esquisito de andar, como se tivesse descido há pouco de seu cavalo branco. Não lhe dou muita bola. Seguindo as recomendações do circo (maldita memória afetiva, Circo de Moscou, 1985), evito alimentar os animais. Alguns me acham cruel, por me aproveitar da burrice congênita de Ric Maromba para conseguir coisas que preciso. Em alguns casos, simplesmente o humilho. Aliás, faço questão disso. Sou um amoral, admito. Penso nele como o Pink, daquele desenho animado bem ajambrado. Eu sou o cérebro.

Certa vez, por recomendação minha (eu e minha mania de manipulá-lo), queimou um mendigo na Major Sertório, a poucos metros de um posto policial. Ric bradava, feito um visigodo descontrolado: "Burn, baby, burn!". O pior foi ter feito isso empunhando uma lata de Inseticida Raid e fósforo. Resultado: Preso, currado na delegacia (16 pontos no rabo, incluindo a prega rainha, 4 semanas sem sentar) e solto em seguida.

Ric Maromba escolheu bíceps e quadríceps durante sua existência e preteriu as sinapses cerebrais e o desenvolvimento cognitivo. Simples assim. A vida irá lhe cobrar um preço, cedo ou tarde.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Alea Jacta Est

Tudo nasce de uma ação, para o bem ou para mal, e a definição disso é pessoal(rimou).Pois bem, cansado de enviar e ler e-mails de 5 laudas do Ricardo o menino prodígio, lancei a idéia de blogar pra facilitar a vida. Pra não brincar de ping-pong convidei o Maurílio que veio de Marília para completar o vértice dessa triangulação nefasta e maldita. Certa vez aludi ao Ric, qual seria minha definição de blog(sim ele tem um blog e já irá fazer propaganda do mesmo, então não promoverei nada gratuitamente)que é: "blog é tudo que eu queria dizer mas ninguém perguntou".
Então...num cutuca!