segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Sentido da vida

Fiquei ensaiando de que forma escreveria isso por aqui, mas infelizmente não me bateu nenhum tipo de inspiração divina. Talvez seja o horário, pois não me acostumo a escrever coisas belas a essa hora. Me bastou a transpiração e centenas de backspace pra lá e pra cá.

Hoje tive duas demonstrações distintas sobre o sentido da vida. De tarde, com toda a infelicidade em meu peito, fui visitar o velório do pai de uma querida amiga. Senti angústia, senti tristeza. A chuva caía forte e tudo transcorreu da forma como deveria, seguindo o script cartesiano da vida. Aliás, se eu algum dia pensei que a morte poderia ser negociada, como em Sétimo Selo, alguns funerais me provaram o contrário. E de uma forma amarga.

No entanto, agora há pouco, fui ao Hospital ver o nascimento do filho de um querido casal de amigos. O delicioso sentimento do nascimento, da chegada. Pai, mãe, avós paternos e maternos. Uma sensação indescritível.

Como explicar o que se passa em nossa mente depois de viver dois lados opostos da vida em menos de 6 horas? De um lado a tristeza e a dor da perda. Do outro o êxtase pela chegada de uma nova vida.

Penso que, por mais que vivamos anos e mais anos, as experiências nunca serão suficientes para descrever tudo que a vida pode nos reservar, de bom ou de ruim.

4 comentários:

Sarra, o Coisa Ruim. disse...

Nossa o pequeno X-burguês ensaiando sobre a existencialidade do ser humano! Ô Ric, certas culturas acreditam que ir é melhor do que vir, um sentimento inverso da cultura ocidental.Cara isso é a vida, o cabelo cai, a periquita alarga e por aí vai. Gostei por ter mostrado a cara, só escorregou com a citação mas tá melhorando. Diz aí Maurílio!!!

Maurílio, o desterrado. disse...

A tristeza da morte pode ser superada pela alegria de pensar que o cara se livrou desse mundinho absurdo. A alegria de pôr um filho no mundo só é superada pela tristeza de vê-lo irremediavelmente infeliz quando crescer. De resto, eu larguei a religião com 12 anos e tô cagando pra esses rituais de vida e morte. Desculpe, não pretendia ser pessimista.

Ricardo Coração de Leão disse...

Ora, o que a religião tem a ver com isso tudo? Afinal, não tenho um mínimo de fé dentro de mim. Nada. Entretanto, fico feliz com os comentários pessimistas. Vocês melhorarão com uma figura iluminada ao lado, fazendo o contraponto necessário.

Por mais que eu tente, sou um otimista incorrigível.

Amplexos.

Maurílio, o desterrado. disse...

Você quer dizer que a gente precisa de mulher? Claro, sempre. Achei lógico: a incorrigibilidade do seu otimismo te faz cada vez mais otimista e, portanto mais incorrigível. Taí uma coisa bem no espírito desse brog.